Resenha: Inverno do Mundo - Ken Follett

Título: Inverno do Mundo

Autor: Ken Follett

Editora: Arqueiro

Páginas: 880

Nota do Pacman: 

Sinopse: As cinco famílias - americana, alemã, russa, inglesa e galesa - que tiveram seus destinos entrelaçados no alvorecer do século XX embarcam agora no turbilhão social, político e econômico que começa com a ascensão do Terceiro Reich. A nova geração terá de enfrentar o drama da Guerra Civil Espanhola e da Segunda Guerra Mundial, culminando com a explosão das bombas atômicas. A vida de Carla von Ulrich, filha de pai alemão e mãe inglesa, sofre uma reviravolta com a subida dos nazistas ao poder, o que a leva a cometer um ato de extrema coragem. Woody e Chuck Dewar, dois irmãos americanos, cada qual com seu segredo, seguem caminhos distintos que levam a eventos decisivos - um em Washington, o outro nas selvas sangrentas do Pacífico. Em meio ao horror da Guerra Civil Espanhola, o universitário inglês Lloyd Williams descobre que tanto o comunismo quanto o fascismo têm de ser combatidos com o mesmo fervor. A jovem e ambiciosa americana Daisy Peshkov só se preocupa com status e popularidade até a guerra transformar sua vida mais de uma vez. Enquanto isso, na URSS, seu primo Volodya consegue um cargo na inteligência do Exército Vermelho que irá afetar não apenas o conflito em curso, como também o que está por vir.

Comentários: Hoje trago para vocês o segundo livro da trilogia O Século, quem quiser poderá acompanhar a resenha do primeiro livro Queda de Gigantes AQUI.

Mais uma vez o autor Ken Follett deu um show e manteve a qualidade do primeiro livro, considero os livros dele uma aula de história, mas não uma aula chata e sim uma aula divertida onde ele mistura romance com eventos históricos, deixando assim a leitura agradável e ao mesmo tempo fascinante.

Este segundo livro da trilogia trata da Segunda Guerra Mundial, abordando temas como o nazismo, espiões, violência, alianças entre países e bombas nucleares. Vemos momentos importantes da história sendo relatados no livro, como o ataque a Pearl Habor, o crescimento dos Estados Unidos e a explosão nuclear em Hiroshima e Nagasaki. Conseguimos observar a importância que as bombas nucleares tiveram e continuam tendo na relação entre os países.

O nazismo por sinal é muito bem retratado na história, mostrando desde a ascensão de Hitler, a forma de agir de seus seguidores, a brutalidade com os judeus e pessoas com deficiências físicas e mentais, até a sua derrota e morte. É muito difícil ler como pessoas eram tratadas como objetos e descartadas facilmente por não serem consideradas aptas ou simplesmente por terem ideais diferentes.

Todo este enredo histórico é misturado com a vida das famílias retratadas no primeiro livro, destacando mais agora as vidas, romances, desilusões e lutas de seus filhos. O autor consegue destacar como era a angustia e tristeza de pais que lutaram na Primeira Guerra Mundial e sabem como foi difícil e sofrido, verem agora seus filhos trilhando o mesmo caminho e sabendo todas as dores e medos que iriam passar, sem saber se voltariam algum dia a vê-los. O livro mostra muito bem também como é difícil jovens homens deixarem para trás sua vida, amores, filhos e etc. para terem que enfrentar uma guerra que muitas vezes nem são a favor.

Quote: “Vestiu o sobretudo e pôs o chapéu. Então voltou à cozinha. Deu um beijo na mãe e um abraço no pai.
- Para que isso tudo? – perguntou Grigori – Você está apenas indo trabalhar.
- É só para o caso de nunca mais nos vermos – respondeu Volodya, e saiu.”

Com a saída destes homens de casa, Ken Follett retrata ainda como ficava a vida das mulheres que tinham que assumir muitas responsabilidades sozinhas e além de tudo enfrentarem a agressividade dos homens de outros países que invadiam o seu mundo, homens estes que muitas vezes elas ajudavam como espiãs por pensarem que seriam a sua salvação (espionagem esta muito bem relatada pelo autor, mostrando como estes espiões ajudaram a derrotar a Alemanha de Hitler). Retornando às mulheres, esta foi a parte mais difícil do livro para mim, pois muitas vezes foi mostrado os abusos sexuais sofridos por elas e isto acabava me causando uma revolta enorme (tem horas que é difícil pensar como um ser humano pode ser tão cruel e repugnante).

Terminei a leitura deste livro com a sensação de quero mais e satisfeito por sair dele com a impressão de que sabia muito mais dos detalhes ocorridos em tempos passados, detalhes estes que anteriormente não tinha a mínima noção de como tinham ocorrido. Foi uma grande e linda aula. Saio de mais um livro fã de Ken Follett e com a certeza de que este será um dos meus autores favoritos.

O terceiro e último livro da trilogia tem lançamento previsto para 2014 e será sobre a próxima geração durante a Guerra Fria. Já aguardo ansioso.

Ken Follett - irrompeu no cenário da literatura aos 27 anos com O buraco da agulha, thriller premiado que chegou ao topo das listas de mais vendidos em vários países. Depois de outros sucessos do gênero, surpreendeu a todos com Os pilares da terra, um romance sobre a construção de uma catedral na Idade Média que até hoje, mais de 20 anos após seu lançamento, continua encantando o público mundo afora. Seu novo épico, a trilogia “O Século”, começou com o sucesso Queda de gigantes. O autor vive na Inglaterra com a mulher, Barbara.