Olá amigos leitores!
É com muita alegria que venho anunciar que o nosso blog conseguiu realizar um sonho antigo de ter uma colunista aqui escrevendo seus textos, opiniões e devaneios.
Esta coluna "Meus Devaneios" estará presente toda quarta-feira aqui no blog, espero que curtam.
Conheçam agora nossa nova colunista:
Juliana Rodrigues - Aspirante a advogada, aprendiz de mim mesma. Apaixonada e apaixonante. Cafecólatra assumida, ciumenta por natureza. Filha, irmã, madrinha, amiga, amada e odiada. Metida a escritora nas madrugadas de sábado, entre muitas reticências...
Fiquem agora com o seu primeiro texto:
Carta para engolir a saudade - porque tudo se pacífica.
O que não tem remédio, remediado está. Assim ela se levanta aperta a tecla start - como se engolisse o que passou. Veste seu sorriso, faz seu itinerário para a próxima década- como se engolisse o que passou. Acredita que tudo foi um sonho, e volta pro mundo real - tenta acreditar que tudo passa, tudo se pacífica.
Ainda escuta as mesmas músicas, acreditando ser forte o suficiente para encarar o sabor das lembranças - ela se engana.
Guardou tudo em sua caixa- caixa de pandora. Sorrisos, confissões, afinidades e afins. Guardou porque lhe foi precioso- e ainda é - para deixar que se perca. Gosta de cultivar suas memórias - é um pouco masoquista. Segue acreditando que o amor não precisa ter um "roteiro" de novela mexicana. Afinal, qual a graça de fazer de tudo um motivo pra doer, quando na verdade tem que ser causa de cura!?
Assim vai tomando doses pesadas de realidade - e de álcool também. Engolindo seus sentimentos. A primeira dose de álcool ardeu em sua garganta, empurrando todas as palavras que teimavam em sair - só não ardeu mais que a angústia de não saber o que fazer com o sentimento que ficou. Então vai repetindo como um mantra, com o fervor de uma oração: tudo passa, tudo se pacífica.
Mais uma noite de sábado chega, ela já não aguenta o eco da saudade. Veste seu melhor vestido, olhos delineados batom vermelho - em sua forma mais particular de ser. E sai... Vai por aí buscando preencher o rombo que ficou - tentativa inútil. Essa já não é sua válvula de escape. Volta com o coração na mão e sentimento escorrendo pelos olhos. Vê que a melhor saída ainda é escrever. Escrever cartas que nunca vai postar. Guarda suas emoções em sua Caixa de Pandora - e segue - porque tudo um dia se pacífica.